quinta-feira, 8 de abril de 2010

Páginas em Construção


Espelhos.

Um dia você descobre que os espelhos quebram,

e percebe que seu dom já não é tão afinado...

Um dia você ouve que você era ou foi...

Mais é um dia, mas e o agora?


O tempo é um senhor e nós somos os escravos!

Mas porque não dizer que ama, mesmo que se ainda não saiba o que tal palavra represente?

Porque não se humilhar e ser ridículo se alguém terá de ser?

Porque ser melhor é melhor?

Porque ter tudo é vazio?


Os espelhos quebram e trincam,
e as aparências e os reflexos se vão...

O que fica, é só o que não se pode mudar...

O que me resta, é aceitar que por tras de meu narcisismo
existe um espelho que precisa ser quebrado...

enquanto meu corpo é paralitico...
e meu coração ainda bate.

Ronaldo Dolores.

Páginas em Construção


Sinceridade a flor da filosofia

Serei um injusto de proclamar que á amo...
Serei um falso se me for verdadeiro...
Serei um filólogo se interpretardes teu mundo...

Serei eu quando estiver só...
Será voz quando eu quiser agradá-la...
Serei assassino quando tiver que sacia-la...

Sereis mais, quando não precisar...
Serei um nada, quando ainda não me contiver...
Será algo, quando lembrardes de mim...

Sereis...
Ser-vos-ei...
Ser-lhes-ei...
Só não sei...
O que serei...

Ronaldo Lopes de Sá.

Páginas em Construção


Caindo em mim.

Olho em tudo e não vejo
Os olhos se ofuscaram.
E não mais sinto paz...

O que sinto é que meus defeitos
Que não são tão invisíveis
Que a sombra das qualidades,
Contra o que eu me tornei... Opuseram-se.

Eu desfaleço e apodreço
Eu sou indigno e Apupoiado...
A compilação de meus erros
Não me deixam dormir em decúbito...

Sinto uma disfagia ao beber...
Por que a embriagueis não me torna perdoado...
O frívolo não é tão frívolo...
Lépida ainda é minha face e não sinto...

Os abutres me rejeitam
Os animais não me dilaceram
Não me tenho como um pitoresco humano...
Mais tentei e errei por tentar...
Arrependo-me, de ter pecado.

Ronaldo Lopes de Sá.

Páginas em Construção


O que eu sinto... o que penso... o que sou...

Dificuldades
Faltas
Perdas
Acabaste tudo...
Tudo agora é nada...


Esperança
Crenças
Deus e mais nada...
Nada ainda é tudo...

Força
Trabalho
Persistência
Vontade
Tudo é uma questão...
De não ter nada e ser tudo
Quando pensamos ser tudo
E voltamos a ser um nada...

Ronaldo Lopes de Sá.

Páginas em Construção


Evolucionismo

Chegaram como iluministas...
Cheio de ideais e proposta para minha gente
Com navios enormes eles atracaram por aqui...

Com uma língua que desconhecíamos...
Comunicávamos-nos através de trocas
Pensamos ser justos e eles não...

Quando começaram a tratar nos como
Se eles fossem os nossos caciques
Não nos sujeitamos a eles
Houve morte para amedrontar minha gente...
Conseguiram... E hoje eles pregam que foram eles os descobridores
Acharam o que estava perdido
E trouxeram a evolução.

Vivíamos em ocas e tentas...
Tínhamos plantações e a caça...
Hoje temos que trabalhar para o aluguel
Com o que sobra eu compro o peixe...

Eles trouxeram a evolução...
Hoje já existe o carro
E meu cavalo já não tem tanta utilidade...
Mais eu não preciso me preocupar com petróleo...
A grama Deus me dá em qualquer canto...

Não me contento com meu canto que já foi recanto,
E as danças para a chuva, a florestas, minhas arvores e minhas festas.
Meus rios e minha gente foram extintos...
Meu povo era livre...
Eram irmãos
e sabiam dividir...

Hoje não tenho mais povo...
Ele não mais é índio
É homem branco...
É brasileiro...

E a “frase” transformou o que estava,
Em algo que não mais será...
Francês, inglês não importa quem disse ou escreveu.
Ninguém é Irmão,
Nem livre
E nem sabe repartir...
Evoluímos...

Ronaldo Lopes de Sá.

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Nome santo
A apatia de um ensejo prematuro
Confunde-se com a minha Empáfia do presente futuro...
D’ante um marasmo da historia redundante,
Farei de minh’alma, a fobia desses principiantes...
Que tramam contra mim, respostas aos meus pecados...

Como Placebo, tu és um néscio ao meu corpo.
E um lépido já não possuirdes tu
Pois imensurável tal injuria que proclamardes em meu nome
Como causas hediondas que lhe proporcionei
Do fio do cabelo a ponta de teu hálux...

Frívolo, são seus comentários que nem perturba meu encéfalo...
E não me depreciarei ao nível de tal principiante
Que almeja a fama causando balburdia aos meus sigilos intocáveis...
Que cada ser possui e muito menos assim, deixa de ser homem...

Em nome de santo, rogo-o, que não clames mais o meu...
E deixo as orações fazerem o que minhas mãos insistem em dar fim...
Se tua afeição por ventura já me foi atribuída hoje só me resta “às orações...”.
E em nome de santo eu o rogo que me deixes em paz
Antes que a tua paz deixe-o em meu nome.

Ronaldo Dolores.

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Um Sinônimo de Contradição.

Falando o que quer, ouve-se o que não quer...
E sendo a pessoa que somos é mais difícil
Que sermos quem queremos ser.

Mas é a evolução
Ela nos leva ao ser...
Uma historia que se repete
E nunca é contada...
Mudada ou feita por mim...

Confunde o ator e você...

E as perguntas que não me fazem calar...
E as respostas que não são necessárias...

“Encontrar nosso Eu é um grande desafio...
Mas mostrar quem queremos ser
É um grande espetáculo “...

Derrotados e fracassados
e cegos e imperfeitos...
Falando com o progresso e com o regresso
E me tornando o que sou.
Minha cultura me faz ser perfeito e vaidoso,
E não sou o culpado das minhas hereditariedades...

É a mesma historia que se repete,
E a mesma historia fica chata ouvida pela segunda vez!

E o que faço para que meu eu,
Não se torne seu é impor uma contradição...
Razões que me levam a pensar
Que sou um fruto de um ser.
Que não é... Mas foi... E que ainda está em metamorfose.
Ora lagarta, ora casulo, ora borboleta, ora não sei...

E se falar o que quer é ter a conseqüência de ouvir o que não quer,
Pelo menos nos comunicamos...


Ronaldo Dolores.